3 de fevereiro de 2010

Sonho que sonho

Hoje luto como jamais lutei,
Uma batalha que não posso vencer,
Por um sonho que sonho não perder,
Por um sonho que já sonhei…
Um sonho que vi nascer e desaparecer…
Um sonho que a mim me contei…

Luto para não sonhar,
Peso os factos, torno em certeza,
O incerto em real fortaleza,
Forço-me assim, faço por lutar,
Forço-me a não ver a beleza!
Meu sonho é não querer sonhar…

Mas não é ciência objectiva,
É mundo estranho…É lamaçal!
Comparação? Não tem igual…
É de inocência fugitiva,
É-lhe inimputável todo o mal,
Por demais potente a sua ogiva…

Forço-me a não sonhar…
Mas sonho de qualquer maneira,
Sonho mesmo que não queira,
Deitado ou acordado, sempre a sonhar…
Fujo da palavra verdadeira,
Porque sonho sem o tentar…

Sonho outro…Sonho diferente.
Que me escapas, que me iludes,
Que me transformas, que me confundes…
Sei porque tardas em estar presente…
(Porquê?) Porque não quero que mudes,
Sonho que sonho eternamente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Se dissesse que não gostava mentia. Quando li este poema tive a impressão de que o podia ter escrito eu. Escreves bem sem dúvida, mas ainda te escondes atrás da sombra de Pessoa. É óbvia a sua influência na tua poesia. Não digo isto por snobismo, digo-o porque me acontece o mesmo. Continua a escrever. Gosto de te ler. M.

Vasco Cotovio disse...

Obrigado :)
Não sabia que se notava assim tanto...
Onde posso ler a tua poesia?