18 de março de 2010

Caminho

Sinto que não posso mais...
É nestas alturas que fraquejo...
Quando não vejo sinais,
Leva-me a força do bocejo,
Não há desejo,
Sou mais um entre os demais.

O cansaço leva-me mudo...
Adormece-me longe de ti,
A morte de gelo do ser sortudo...
Que esquece a força que devi,
O fogo que já vivi,
Acelero, acordo, já sinto tudo!

É quando me lembro de quem sou.
É quando vejo o que quero ser.
O sentido que dei ao que passou,
A verdade, que escolho ver,
O que não deixo perder...
O saber de quem amou.

É nestas alturas que sou maior.
Que escrevo mais um verso,
Que disparo uma bala de cor.
É nestas alturas que sonho perverso,
Que vivo imerso,
Sou enfim um pouco melhor!

8 de março de 2010

Som da Vida

Ah como sabe bem!
Tão suave e esvoaçante!
Como sentes vida também,
Minha amante,
A tal tão inconstante!

Um desafio poético!
Com sonho forte aconchegado,
Vibrante, patético,
Mas de bom lado,
Feliz mágoa do passado!

É o hino da vida!
A canção do feliz fado,
Irónico, como diz, atrevida!
Deixa-me esgotado,
Neste sono resguardado!

E rio, dela, de mim,
Da vida, do presente...
Rio saudável, feliz assim,
Contente,
Sou Um e consistente.

Sou orgulhoso,
Sou forte, apaixonado!
Sou sentimento poderoso,
Veloz como tornado,
Sou homem de feliz fado!

7 de março de 2010

Consciência

Esquece-te do vagabundo,
Do vento cinzento, da escuridão...
Esquece-te do mundo,
Da chuva intensa, da imensidão...

Esquece-te do ser,
De quem foste, do passado...
Esquece-te de perder,
De empatar, do mal jogado...

Esquece-te comigo,
Para o futuro, para a frente!
E perde-te! Perde-te comigo!
Para o turbilhão, nesta corrente!

Perde-te em mim!
No meu muro, no meu forte.
Perde-te assim!
Sem um rumo, sem ter Norte!

Perde-te em nós!
Na promessa, na certeza!
Na palavra, na doce voz,
No forte fogo e sua pureza!

Perde-te... e esquece,
E perde-te novamente.
Sonha, Sonha, Sonha que aquece!
Por feliz seres tão somente.