28 de abril de 2011

Deito-me...

Deito-me e sinto-me a pensar,
Como me portei, que foi que disse?
Corrijo o tom para encaixar,
Questiono se não fiz parvoíce...

Passo a pente todas as reacções,
Os olhares. Os movimentos.
Somo sorrisos e sensações,
Tento antecipar tais sentimentos.

Consulto reputados especialistas:
Diferentes géneros, outros passados.
Com analises estranhas e pessimistas,
Vozes profundas. Conselhos desajustados.

Afinal o quadro é meu,
Quem melhor o saberá pintar?
Mas no meio do meu próprio apogeu,
A verdade temo identificar...

Paro...
Esqueço...
Só quero acordar e continuar a sonhar contigo.

14 de abril de 2011

Todo o dia

Desconstruir e construir,
É o que faço todo o dia.
Começo, como que por magia,
Esqueço o destruir,
Junto ideias, pensamentos,
Quebro barreiras e sentimentos.
Voo para longe, sem querer ir,
Sonho para me ver sorrir.

A viagem é curta, ao coração da natureza.
Aqui está fresco, verde, húmido,
É mais puro com certeza,
De indubitável beleza.
Um mistério assumido.

Confronto a minha verdade,
Em arte treino, corpo e mente,
Qual guerreiro omnipresente.
Em terreno, que não deixa saudade,
Escrevo passado, futuro, presente.
Deixo tudo e parto ao encontro,
Este sim digno de conto,
Com ansiedade inconsequente.

Estou pronto e preparado.
Marcho pelo asfalto, gelado,
Estou quase, e a correr,
Num suspiro...deixo-me vencer.

Lembrança

É engraçado, não sinto nada.
É um vazio que não incomoda,
Uma ausência que não recorda,
Aquelas palavras na alvorada.

O som, o mesmo, parece diferente.
O cheiro, idêntico, vem alterado,
Como tu, imponente e de aspecto alado.
Tal como o toque, és indiferente...

Estranho e não percebo.
Estes truques modernos do coração
Que teima e insiste em dizer não.
Sou eu, calmo, não me excedo.

Podia ser outra a história.
Noutro mundo faria sentido
Mas neste é caso perdido.
O futuro segredo, o passado memória.