27 de janeiro de 2007

Ideias Mentirosas

A impressão que no momento tenho ,
Da tua presença na minha vida ,
A imagem, a visão que de ti retenho,
Na minha mente como desenho,
É diferente da difundida.

Coloco-te sempre num pedestal,
Sinto, numa palavra, veneração,
Vejo-te sem igual,
Penso-te bem e nunca mal!
Sinto como que fogo no coração.

Mas as paredes contam diferente,
Passam uma noção que não é tua,
Mentem tão completamente,
Desejo intimamente,
Que a verdade reponha honra tua.

Se calhar vejo coisas...Se calhar está tudo na minha mente...
Queres ver...será que também eu estou demente?

8 de janeiro de 2007

Espelho Perfeito

O calor, a paixão.
O suor, a emoção,
O tremer do coração...

A vida, o rugido,
As acções, o sentido,
O segredo dito ao ouvido...

Os pequenos momentos...
Partilhados na ausência do mundo...
O fulgor, a força dos sentimentos!
Do nada...o início do verdadeiro amor profundo!

As palavras cujo valor ultrapassámos,
As intenções que nunca questionámos,
A vergonha que, juntos, abandonámos,
A paixão que ambos começámos...

6 de janeiro de 2007

Hoje...

Hoje...
Hoje quero escrever até não poder mais...
Quero abrir as capas dos jornais,
Quero sentir a adrenalina fluir-me nos dedos,
Quero debitar palavras, letras, vogais...
Quero escrever algo com um reflexo dourado..
Vou escrever algo digno de poetas tais,
Vou rabiscar e rabiscar até o lápis se ter queimado,
Vou desenhar um texto belo, oh meu texto adorado!

Vou escrever um livro, um romance, uma epopeia!
Um texto cujo eco chegue à Coreia,
Um texto suave, sibilante, sábio, sensato,
Um texto fino como a areia!
Uma conjugação de palavras tal,
Que como canto de sereia, será som que saboreia,
Numa palavra: fenomenal!

Vou escrever para me soltar...
Para descarregar o fluxo de palavras que retenho!
Vou escrever para me libertar...
Enfim, agora calmo, sereno...Agora me contenho...

5 de janeiro de 2007

Seremos nós...

Seremos nós livres, independentes?
Pirilampos reluzentes,
Num enorme parque de diversões?

Ou seremos peças de xadrez?
Sem ter direito a "porquês",
Num enorme tabuleiro somos peões?

Faremos nós realmente o que queremos?
De facto livres seremos?
Eternos na escrita do poeta.

Que seremos nós então, senão peões?
Talvez cinzas de vulcões?
Corredores em busca de uma meta.

O que nos mantém então neste mundo?
A procura de um amor profundo?
O sorriso de uma ultima despedida?
A luta? A derrota? Ou esta guerra perdida?

2 de janeiro de 2007

Musa

Um hino à tristeza como musa que é...
A sua interpretação depende de quem lê, e do que essa pessoa sente...


Com um sorriso esforçado,
Aguardo a angustia demorada,
Qual guerreiro sem espada,
Espero. Espero calado.

Olho o relógio de lado,
Vejo os minutos vividos,
Os segundos esquecidos,
Espero. Espero calado.

Sinto o desejado,
Sinto-me escritor sem pena,
Sinto-me poeta sem poema,
Sinto...e espero calado.

Passeio-me incomodado,
Pelos jardins do coração,
Espero pelo fogo da canção.
Espero...e faço-o calado!

Será que virás?
Se sim porquê a demora?
Vou-me...não espero mais agora...