28 de novembro de 2012

Pouring

It keeps tickling outside,
So playful and full of pride.
As a child, soaked in innocence,
For some: it is providence.

I close my eyes and count its touches,
It caresses me... it bites, it munches!
Ever so playful and always changing,
A sower that my heart is mending.

It brings dark skies and joyless days
For some, but not me, not such ways.
It moulds me wings out of thin air
And a dream ever so rare.

We say goodbye,
Like every morning and with no cry.
With the innocence I tend to borrow
I know we'll meet tomorrow.

Ever so playful you'll come, you'll see.
Ever so hopeful I'll dream of thee. 

22 de novembro de 2012

Sou o remoinho...

Sou o remoinho que crias em mim,
Um turbilhão silencioso
Que se quer ruim,
Luta furiosa contra
Uma natureza hostil.

Procuro domá-lo,
Como os meus olhos te procuram a ti...
Inocentes, sinceros.
Séculos de experiência,
Julgados, com a certeza no momento,
Com a voz rouca
Que uiva um canto romântico,
Para a lua. Para ti.

Os braços entorpecem
Os segredos revelam-se.
Caiem muros, barreiras, fronteiras,
Connosco a assistir.
Resistentes, sorridentes,
Com o orgulho das eras,
Fazemos pouco do mundo
De tão efémero, rasteiro, passageiro.

Somos gigantes neste relato traiçoeiro,
Imunes ao conto do vadio,
Adeptos de um destino
Prometido, conquistado, conhecido,
Que termina em fim de tarde,
Em tons dourados,
Com os sons e cheiros da maresia.

A seriedade ataca-nos,
Com um apocalipse de
Emoções, sensações, acontecimentos,
A que respondemos com um esboço conhecido
Como campeões sapientes.
Vitoriosos neste coliseu
Sorrimos confiantes.

A desgraça alheia,
Prende apenas o resto do mundo
E escapamos incólumes,
Sem mágoa nem temor,
Sem silêncio, sem pesar.
Sorrio ao olhar para trás,
Na cara do demónio,
Numa pirraça inútil
Que me enche o peito.

Quando tocar a alvorada
Estaremos de pé,
Como nunca outros estiveram.
Extraordinários,
Num prisma que é só nosso
Em que a estória vem adocicada
Com um mel que amolece.
Somos nós que a contamos,
Deixamos os podres,
Contamos o que interessa e
Soa a expressão épica.

Contamo-nos.
E aqui, hoje, agora,
A nossa voz é a verdade.

12 de novembro de 2012

Brisa Cansada

É uma brisa cansada a que me embala.
Sussurra-me tranquilidade,
Desejos fugazes, 
Futuros vazios.

É simpática e abraço-a,
Enquanto te abraço a ti,
Enquanto viajo ao longe
Nos barcos aventureiros
Que cruzam um infinito desconhecido.
Oscilam como pirilampos
Numa selva de desordens invertidas,
Instintos domados
E reflexos planeados.

A luta incessa dá-se estrondosa mas
Não me interessa.
Cansado como a brisa,
Cedo, estou à vontade.
Desaventuro-me noutros mares.
E encontro-te na escuridão do meu olhar,
Onde combinamos sempre.

Juntas-te a mim e à brisa,
Cansada também,
Na tarde calma, sem fim.
Trocamos agora desejos que já são capazes
E futuros que se tornam repletos.

A selva perdura... mas não importa.
O meu abraço já é só teu.