23 de fevereiro de 2010

Diferenças

Há os números reguladores,
Do mínimo, do ordinário…
Há também os vencedores,
Marcadores!
Apontam o revolucionário.

Há o cumprimento,
Mínimo da razão.
Há aquele aumento,
O sentimento,
Que puxa a dedicação…

Há acção parada,
Esforço inócuo, aquém...
Há força apaixonada,
Que mensurada,
Não deixa duvidar ninguém!

Há o mundo sem querer,
Vagão vazio, corpo dormente...
Há vivalma que quer vencer,
Sem esquecer,
Mente celeste e consciente!

22 de fevereiro de 2010

Fios de Marioneta

É claro o desengano, o encoberto,
O engendrado, o desviado,
Que move, que mexe, esperto!
Que desinteressa o interessado.

É engraçado conseguir desvendar,
Conseguir ver os fios na marioneta.
A sorte que não deixa adivinhar,
O desígnio digno deste poeta.

É o que tenta…e deixa de tentar,
Que segue a linha, torta como tudo!
É a cor de uns, d’outros o lugar,
Que cala a voz do homem mudo...

Sei-o porque sei ver,
Porque sonho acordado mas desperto,
Pelos ideais, um valor são.
Pela vida de amigo irmão.

O poder do simples gesto...

O poder do simples gesto,
O intelecto insaciável…
O aventurado protesto,
Honesto,
Do guerreiro incansável!

Vem quando não se espera,
Vem, e vem armado!
Garras de fora, qual fera,
Calmo não desespera,
Certo, Focado, Cavaleiro Alado!

É a força que se liberta,
Que vem de fora, de dentro…
De todo lado, qual fonte aberta...
Tão forte que nos aperta,
Une-me, é o meu centro!

É quente…acolhedor!
É o impulso da esperança,
A força do conquistador,
O segredo vencedor,
É a voz que comigo dança!

É a voz que me embala…
Que me diz o que sou e vou ser,
O que fui, já não me cala,
Mera cabala.
É a força que me faz vencer!

É ela que me possui a voz,
Que me faz tremer a mão,
É a segurança no após,
A sapiência de avós,
Nada! Nada será em vão!

Rendo-me, deixo-me levar…
Sinto…Saboreio a memória.
Oiço o valor de salutar,
O saber que deixa amar,
A razão de minha vitória!

14 de fevereiro de 2010

Today is the day!

Today is the day I reminisce. I look back
Into the walls of that rotten shack,
Into that shadow that binds me, still...
That huge force that bends my will...
But not for long...

Today is the day I wonder why...
What word was me, what thought was thy,
I wonder what it could have been...
Why was I not I allowed to win?
No! Not for long...

Today is the day I wept inside...
I drowned myself in my bare hide,
Never screaming. Never stuttering.
I suffered... such painful suffering!
But not for long!

Today is the day I won't look back.
I won't go into the haunted shack!
I'll keep breathing, I'll rise stronger!
I won't keep you any longer...
Yes, not for long!

Today is the day, indeed I rose.
No more thoughts of those...
Yes, I'm back on my feet.
Ice cold, no heat!
Yes cold, so cold...But not for long!

3 de fevereiro de 2010

Sonho que sonho

Hoje luto como jamais lutei,
Uma batalha que não posso vencer,
Por um sonho que sonho não perder,
Por um sonho que já sonhei…
Um sonho que vi nascer e desaparecer…
Um sonho que a mim me contei…

Luto para não sonhar,
Peso os factos, torno em certeza,
O incerto em real fortaleza,
Forço-me assim, faço por lutar,
Forço-me a não ver a beleza!
Meu sonho é não querer sonhar…

Mas não é ciência objectiva,
É mundo estranho…É lamaçal!
Comparação? Não tem igual…
É de inocência fugitiva,
É-lhe inimputável todo o mal,
Por demais potente a sua ogiva…

Forço-me a não sonhar…
Mas sonho de qualquer maneira,
Sonho mesmo que não queira,
Deitado ou acordado, sempre a sonhar…
Fujo da palavra verdadeira,
Porque sonho sem o tentar…

Sonho outro…Sonho diferente.
Que me escapas, que me iludes,
Que me transformas, que me confundes…
Sei porque tardas em estar presente…
(Porquê?) Porque não quero que mudes,
Sonho que sonho eternamente.

Inspira criação!

É dito e sabido, nunca em vão,
Que criação inspira criação.
Como medo inspira medo,
Como segredo gera segredo…

A arte que inspira arte,
Cumpre sempre a sua parte,
Gera mais, mais e mais!
O desejo pede valores tais.

É o V Império, é o mestre!
O senhor deste reino pedestre,
É ele que me pede mais.
Seu desejo pede valores tais.

Tudo me compele, me levanta,
Tudo me seduz, tudo me encanta…
Pensamentos, e fugazes sensações,
Paisagens e suas emoções…

Até tu, sobretudo…
Tu, com o teu sentido mudo,
Me fazes pensar e repensar…
Sentir e recomeçar...Dou por mim, estou a criar!

1 de fevereiro de 2010

Sempre igual

O formigueiro incessante,
A ansiedade a todo instante…
A incerteza, que vê atordoar,
O sonho que não deixa de olhar…

Deambulas jovem, errante…
O desconforto irritante.
O céu infinito…e acordado!
Servo incansável, cavaleiro alado…

A fantasia e os grandes gestos…
Tantos sons e manifestos,
Tanta vida e tanta dor…
Tanto, tanto! Ao teu sabor…

Quando começas e surpreendes,
Quando foges e arrependes,
Quando ele surge e sente tal…
És sempre assim. És sempre igual!