Passeias-te lá fora
Com a brisa do verão
Que nos faz esquecer
Que, de facto,
Este é o teu tempo,
O teu lugar.
Tento tocar-te mas
Tens fugido.
És assim, imprevisível,
Ainda que clamem o contrário.
Dizem quem vens por isto e por aquilo
Numa conjugação fria,
De números insensíveis.
Eu não.
Acredito que nasces
No sonho da natureza.
Como mãe, crias e governas
Um mundo, o teu,
Com ordem irrepreensível,
Incompreendida mas adorada,
Pões tento ao mais selvagem.
Escreves mandamentos,
Como notas numa pauta musical,
E vais conduzindo "A orquestra".
Sim, "A", a que merece
O mais sincero dos silêncios,
O mais puro dos sentidos,
O mais verdadeiro dos gostos.
Mimas-nos...
Com a tua melodia
Calma... ou acelerada
Abraças o mundo
Beijas-me a mim.
Tento tocar-te e
Saborear o momento em que te sinto
Em que te cheiro, vejo e oiço.
Guardo-o num retrato instantâneo
Eterno, bem guardado,
Que não deixo de recordar
E actualizar...
Ano após ano.
Assim o merece a tua beleza.
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