14 de abril de 2011

Lembrança

É engraçado, não sinto nada.
É um vazio que não incomoda,
Uma ausência que não recorda,
Aquelas palavras na alvorada.

O som, o mesmo, parece diferente.
O cheiro, idêntico, vem alterado,
Como tu, imponente e de aspecto alado.
Tal como o toque, és indiferente...

Estranho e não percebo.
Estes truques modernos do coração
Que teima e insiste em dizer não.
Sou eu, calmo, não me excedo.

Podia ser outra a história.
Noutro mundo faria sentido
Mas neste é caso perdido.
O futuro segredo, o passado memória.

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