23 de dezembro de 2011

Vozes

Percorro as mesmas ruas
Com os mesmos passos,
Os mesmos sons,
Diferentes.
Viajo no cavalo
Cujas portas
Me perpetuam.
Parto para o desconhecido,
Para a escuridão,
Com vaga luz.
Levo imaginação interminável
Inspiração indomável
Ritmo, cor, fantasia.

O ritual aborrece-me...
Ou será que não? Será
que finge aborrecer?
Testa-me, ao limite,
Para o validar, testa-me,
Testa-me para me confrontar.

É monstro confuso,
Difuso nos meus próprios traços,
Que combato com a ideia
Inocente que ainda me persiste.
Forte, bom,
De espada em punho.

A superioridade é evidente
Ou tem sido...
Empurrada por um vento superior
Uma alma desgarrada
O sonho sem temor.
Um furacão de constatação
Que canta
o coração mudo.
Que canta
Como disco riscado.

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