6 de janeiro de 2010

Doce Ironia

Tonta esta, minha vaidade,
Que me possui, inquieto,
Atormenta e deixa saudade.
Estranha a criatividade,
Que me abandona incorrecto.

Vai em vem, como lhe apraz,
Aparece sem qualquer aviso.
Cega-me como lhe satisfaz,
Quando sai meu corpo jaz,
Sou mera voz do improviso!

Usa o meu corpo imobilizado,
Domestica-me como animal
De frases, ideias inundado,
Irresistível este fado,
De mim espanta todo o mal.

Manipulado, tão manipulado...
Doce ironia que me condena!
Meu cérebro deliciado,
Meu ego recarregado,
Sob a voz da minha pena!

Sem comentários: