19 de março de 2009

Desencontro

Estou sentado...
O ambiente é avassalador,
Prende-me ao chão, toda esta dor...
Toda esta dor e estou sentado.

O cheiro a morte do passado,
Sinto, entranho, vivo e sobrevivo!
Regresso num impulso esquivo.
Tanta morte e eu sentado...

Fecho os olhos, oiço descontrolado,
Os gritos... os lamentos dos que ficaram,
O sofrimento, os berros que marcaram.
Tantos berros e eu sentado...

As imagens percorrem-me, tocado,
Da vinda, da perda, da morte!
Esta lágrimas, a minha sorte...
Tantas lágrimas e eu sentado!

Num monte de escombros ressuscitado,
Numa recordação breve da crueldade,
Num pedaço de inferno sem piedade...
Neste Inferno, arrebatado... Aqui eu estou sentado.